Dobrinhas e os miolos em lume branco

Já que tomo banho com um relógio esperto, estou a aproveitar para o ensinar a lavar-se todos os dias, especialmente atrás das dobrinhas.

(está um calor neste aeroporto que não se pode) 

A dimensão que está para vir

Os nossos avós brincavam a cinco dimensões. As três dimensões do brinquedo feito de paus, tabuinhas, rolamentos, acrescidas da quarta dimensão que era o tempo de que necessitavam para construir o castelo, o veículo, ou ainda o burro de carga, e a quinta dimensão, a imaginação necessária para, na sua mente, fazer do produto daquela rudimentar construção, o castelo, o veículo ou o burro de brinquedo.

Os nossos pais brincavam a quatro dimensões. Partindo de matérias-primas mais acabadas, por exemplo peças de lego, montavam os seus brinquedos dispensando a imaginação. O seu castelo, veículo ou burro pareciam-se razoavelmente com os correspondentes reais.

Nós brincámos a três dimensões. Os nossos brinquedos já vinham feitos, dispensávamos a quarta dimensão, o tempo para os construir, do tempo dos nossos avós, ou para os montar, como os nossos pais.

Os nossos filhos brincam a duas dimensões. Os ecrãs de vidro cheios e mundos, nas suas mãos.

Como brincarão os nossos netos?